A
referida obra foi escrita por uma médica norte-americana, paliativista, que
atua há mais de 40 (quarenta) anos na medicina, levando acalento à pacientes
“desenganados” pela ciência. A obra é belíssima, e durante a leitura, por
diversas vezes as lágrimas rolaram em meu rosto, pois foi possível sentir a
dor, a tristeza, o alívio e a esperança dos personagens que vivenciaram esses
fatos (que sabemos ser reais). A autora que dedicou metade da vida a acompanhar
pacientes graves, e por vezes terminais, narrou histórias muito distintas,
indivíduos com o mesmo diagnóstico, podem apresentar respostas absolutamente
opostas diante da realidade. Há os que negam em absoluto a proximidade da
morte, outros se entregam e deprimem, há os que se preocupam mais com os seus
entes queridos do que com eles próprios. Cada indivíduo é único e vivencia a
dor e o sofrimento de forma singular.
Não
é de hoje que eu, Carmen Mariana reflito sobre a morte e o morrer, vivemos
todos os dias alimentando a ilusão da imortalidade, pouco ou nada ponderamos
sobre a nossa própria finitude, que obviamente é certa.
A
Dra. Kathryn Mannix, aborda a temática de maneira muito sensível e faz o leitor
refletir sobre a própria vida, em vários momentos me senti com o coração
partido ao ver pessoas com tantos sonhos e planos dizendo adeus, quando tudo o
que queriam era mais tempo para aproveitar a vida ao lado de quem amam. Os
cuidados paliativos e a kalotanásia (morte bela) são formas de garantir
aos indivíduos o máximo de dignidade possível no processo de morrer, buscando
tratar as 5 cinco dimensões do sofrimento humano. A dor física, emocional,
familiar, espiritual e moral. Busca-se atender o indivíduo em suas necessidades
mais básicas, para que tenha o máximo de conforto em seu processo de partir,
pois da mesma forma que merecemos uma vida digna, também merecemos morrer com a
mesma dignidade.
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